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Foto: sumonauta.blogspot.com.br |
Recentemente, li um artigo repleto daqueles lugares-comuns
sobre os benefícios do ensino a distância. Que o ensino a distância é inclusivo
e democrático; que o ensino a distância é uma opção para quem mora longe de
boas instituições acadêmicas; que o ensino a distância proporciona oportunidade
de estudo às pessoas sem disponibilidade de horários; que o ensino a distância
é uma alternativa moderna e poderosa para superar o atraso histórico da educação
no Brasil; que o ensino a distância possibilita isso; que o ensino a distância
permite aquilo.
Não fui confirmar a informação, mas o artigo sustenta também
que o perfil do nosso aluno do ensino a distância é composto de trabalhadores
de baixa renda, que moram com a família, possuem em média 30 anos de idade e
ainda não conseguiram acesso ao curso superior. Esses trabalhadores são
comprometidos com a sua formação e, por isso, encontram tempo para se dedicarem
um grande número de horas semanais para os estudos, aulas e leituras
necessárias à sua formação.
Lendo o artigo, fiquei na dúvida se ele ajuda a entender as
vantagens do EAD ou se revela as suas limitações e obstáculos. Penso que o
autor do texto acertou em cheio no próprio pé, porque, na prática, a realidade
do ensino a distância é outra.
Se o ensino presencial para adultos de baixa renda que ainda
não conseguiu o nível superior, em geral, é precário; se a atenção que é bom
dedicar à família influi na disposição e no tempo de estudo; se encontrar tempo
para estudar durante a semana, em muitos casos, é praticamente uma utopia, como
é que o ensino a distância é capaz de superar tantos obstáculos?
É preciso questionar se tudo que se diz de bom sobre o
ensino a distância é, de fato, uma realidade. E pensar com mais profundidade como
fortalecer o seu calcanhar de aquiles.
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